Numa fazendinha esquecida de uma cidade mais esquecida ainda vivia uma menina , a menina mais feliz do mundo. O motivo da felicidade dela era simples, seu melhor amigo era um lindo unicórnio branco.
Todas as tardes, lá pras dezoito horas, quando o sol se preparava para descansar, a menina e seu fiel amigo galopavam e voavam sobre os vales e rios cintilantes, sentindo o toque suave dos ventos, os abraços acolhedores das nuvens e o conforto dos últimos raios de sol.
Durante alguns anos, a mesma atividade era realizada sem que nenhum deles se cansasse ou ao menos enjoassem de se sentir no paraíso. Porém numa manhã de inverno a menina que já era moça teve a notícia que seu fiel amigo estava doente e que ele pedia desesperadamente para vê-la pela ultima vez. A jovem menina correu o mais depressa que pode até chegar numa árvore que as raízes formavam uma grande gruta, lá dentro o unicórnio, já muito fraco disse ao seu ouvido: " Minha bela moça, a muito tempo lhe conheço e posso dizer que não existe melhor pessoa que você. Mas entenda, o tempo passou e você já não é mais criança, a minha perda vai fazer com que você amadureça, e que esteja preparada para a vida adulta. Mas não se esqueça, minha criança, eu vou sempre estar em seu coração. Sempre que sentir saudades olhe para o pôr-do-sol, eu vou estar lá guardando você". O unicórnio já muito fraco mal conseguia completar suas palavras. Ele deu um ultimo suspiro e partiu, para o mesmo lugar de onde veio, para o céu.
A jovem menina passou semanas e mais semanas chorando, sem comer ou dormir direito, a vida que era tão linda e colorida agora era um mar cinza e violento, com pessoas ocas por dentro.
O tempo foi passando e a jovem resolveu retomar a vida, ela estudou, se casou e teve dois filhos. Era uma mãe muito prestativa sempre demonstrou aos filhos as coisas mais belas que a vida pode oferecer, sejam elas simples os difíceis. Dizem que toda tarde, antes do sol se por uma estrela aparece para que a jovem mulher nunca se esqueça que tudo que é bom pode acabar, mas depende de você fazer com que a vida seja boa ou ruim.
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